quarta-feira, 28 de maio de 2008

Mais realistas que o rei

Manchete da Folha Online de ontem: "Câmara aprova lei que considera crime dirigir com qualquer teor de álcool no sangue". Na hora eu pensei: "que beleza!", mas depois comecei a imaginar a seguinte situação:


"O rapaz tomou um, só um, copo de cerveja na casa de um amigo, assistindo a um jogo do Mengão, que, lógico, venceu mais uma vez. Terminada a partida, ele pega seu carro para voltar para casa. Precisa dormir cedo, pois trabalha na manhã seguinte. Desafortunadamente, como diria Silvio Lancelotti, é parado por uma blitz policial. O guarda, dotado de um sexto sentido paranóico, olha-o fixamente e afirma :


- Você bebeu , garoto!

- Não , não bebi, ele responde

- Além de tudo é mentiroso. Levem ele!


Dois outros policiais pegam o meliante e o levam para dentro do posto policial , que está abarrotado de gente. O rapaz logo descobre que todas essas pessoas cometeram o mesmo crime. Lá tem todo tipo de gente: tem uma senhora que bebericou o conhaque que estava usando para flambar uma carne, um homem , doente do coração, que tomou uma taça de vinho por recomendação de seu médico, um bêbado que bebeu 20 chopps do Albano's.... Todos esperando para serem encaminhados ao laboratório para colherem e examinarem seus sangues. E não parava de chegar gente ao posto policial, todos detidos, justa ou injustamente, pela paranóia do comandante da operação".


Logicamente isso é uma brincadeira, mas estou querendo mostrar com isso que, nesse ponto, a Câmara está querendo ser mais realista que o rei. Ora, atualmente é permitido por lei dirigir após o consumo de duas doses de bebida alcoólica, pois está provado que o consumo dessa quantidade de álcool não altera o reflexo do motorista. Então, para que mudar isso? A quem isso interessa?


PS: Esse trecho da lei, sobre o qual falei acima, certamente, não trará benefícios à sociedade. Entretanto, essa lei, proposta pelos deputados, tem um ponto relevante: a proibição da venda de bebidas alcoólicas nas áreas rurais próximas a rodovias. Essa sim é uma proposta interessante, que poderá reduzir o número de acidentes nas nossas estradas.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Colírio

Meus olhos estavam vermelhos, coçando. Fui ao consultório de um oftalmologista amigo meu, e ele me receitou um colírio.

Taí o meu colírio:


Fala a verdade: existe mulher mais bonita do que a Claudia Cardinale (na época dessa foto)?

domingo, 25 de maio de 2008

Eu recomendo


Assisti ontem, no cinema, ao novo filme do diretor chinês Wong Kar-Wai "Um beijo roubado". Adorei ( só a Natalie Portman e a Rachel Weisz já valem o ingresso!).É delicado, emocionante, às vezes engraçado. Kar-Wai usa e abusa das câmeras lentas com muita sensualidade, tão típicas dele . E aproveita muito bem as belas paisagens americanas.


Norah Jones, a atriz principal do filme, apesar de marinheira de primeira viagem, não decepciona e tem uma atuação bonitinha,correta, discreta. Ela faz o par romântico com Jude Law, que no filme, faz o papel de dono de um café em Nova York, onde ele conheceu e se apaixonou por ela, que estava sofrendo muito por ter tido o "coração partido".


Ela percorre vários estados americanos, fugindo da decepção amorosa, trabalhando aqui e ali , cruza com vários personagens e situações que mexem muito com ela, que a fazem crescer. No final, quase um anos após sua partida, ela retorna ao café e encontra o personagem do Jude Law, ambos algo mudados, mais preparados para se amar.


Se você tiver que assitir a um só filme esse mês, eu recomendo esse!


Allez, Guga


Confesso, hoje meus olhos encheram de lágrimas, diante da televisão. E não foi só uma vez não.

A despedida de Guga do circuito profissional de tênis aconteceu essa manhã, na primeira rodada de Roland Garros, quando ele foi derrotado, por 3 sets a 0, pelo francês Paul-Henri Mathieu. O brasileiro jogou descontraídamente, brincou com o adversário e com a platéia, sorriu, apesar das dores nas costas e no quadril, se emocionou, enfim, deu adeus às quadras de maneira inesquecível para ele e para as pessoas que curtem tênis. Durante o jogo, quando ele fazia algum ponto bonito, a torcida reconhecia o esforço e aplaudia de pé, aos gritos de "Allez, Guga". No final da partida, foi ovacionado com gritos e aplausos ensandecidos, coisa que não vejo desde a despedida de André Agassi (que também me arrancou lágrimas); fez um discurso em francês, e foi homenageado com um troféu, pela direção do torneio.

Essas despedidas me emocionam como o diabo. Ainda mais de um jogador como Guga, cuja carreira eu acompanhei desde o início. Quando eu digo que acompanhei, eu quero dizer que acompanhei "mesmo". Quantas aulas na faculdade eu cabulei para assistir aos jogos dele?( aliás, não só os dele. Eu faltava também para assistir os jogos que eu julgava imperdíveis, que eram muitos, louco por tênis que sou). Quantas vezes eu me emocionei com aquelas batalhas dele contra o Kafelnikov?

Ele foi um jogador que, durante 5 anos ( 1997 a 2002 ou 2003), esteve entre os melhores, e depois dessa fase de ouro, molestado por uma lesão no quadril, caiu de produção e foi criticado ferozmente pelos idiotas de plantão do nosso jornalismo esportivo, que não se sensibilizavam com batalha do atleta para voltar a jogar em alto nível, após 2 cirurgias no quadril. Esses eram os mesmos que esgoelavam ou escreviam com letras ufanistas, durante a boa fase, que o Brasil agora era a pátria de raquetes, estava prestes a se tornar o país do tênis...
Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. O Brasil não tem mérito nenhum nas conquistas do Guga, caras pálidas! Nós sabemos o apóio que recebe o esporte no Brasil, né? Portanto, Guga foi o que foi "apesar" de ser brasileiro. Tudo que ele conquistou foi mérito, única e exclusivamente, dele e de sua equipe. Ponto final.
E agora que Guga parou, como fica o tênis no Brasil? Bem, o horizonte é sombrio, caros amigos. Os desmandos na cartolagem do tênis brasileiro são de chorar. Digamos, para resumir, que a CBT ( Confederação Brasileira de Tênis) é uma espécie de CBF do tênis, que não teve a competência de aproveitar o "boom" de tenistas que o Brasil conheceu, após 1997, para estimular o crescimento do esporte, e proporcionar condições para o surgimento de novos talentos.

Agora,resta-nos torcer para que não demore outros 40 anos para surgir outro tenista de ponta no Brasil, que foi, mais ou menos, o hiato de tempo entre o encerramento da carreira da Maria Ester Bueno ( ela ganhou "só" 7 grand slams de simples, é considerada uma das 400 personalidades mais importantes do século passado pelas Nações Unidas, e pouco se ouve falar nela aqui no Brasil!) e o surgimento de Guga, no título de Roland Garros de 1997.


sexta-feira, 23 de maio de 2008

Political compass

Tinha curiosidade de fazer o teste do Political Compass para ver onde eu me encaixaria no espectro ideológico. Fiquei onde eu pensei mesmo que ia ficar.


De acordo com o teste, sou extremamente esquerdista e libertário. De fato, sou uma pessoa de esquerda que preza as liberdades individuais, desde que essas liberdades não se tornem maléficas para as outras pessoas e para sociedade como um todo.

Ao contrário do que pode parecer, eu não sou nem um pouco radical ( gosto de debater idéias), mas não abro mão das minhas convicções.

Nova ferramenta do FDA

Escrevi um post recentemente que falava sobre as dificuldade que vem encontrando o FDA ( Food and Drug Administration), que é o órgão responsável pela aprovação, regulamentação e fiscalização de medicações nos EUA, para cumprir o papel que lhe é atribuído.


Um dos principais calcanhares de Aquiles do FDA é a fiscalização de medicações já disponíveis no mercado. São muitos os casos em que foi necessário a morte de várias pessoas, decorrentes do uso de alguma droga, até que o FDA a proibisse. Por conta disso, as autoridades de saúde americanas lançaram ontem o novo sistema chamado Sentinel Initiative.


Esse novo sistema consiste em utilizar a base de dados do maior seguro de saúde americano, o Medicare, para que funcionários do FDA monitorem como as drogas afetam a saúde da população. Essa medida visa aumentar a eficácia e a rapidez da fiscalização.


(O Medicare é um seguro de saúde, bancado pelo governo, que subdisia o tratamento médico de 40 milhões de americanos que tem direito a ele: americanos com mais de 65 anos, ou portadores de doenças incapacitantes ou que necessitem de hemodiálise cronicamente).


Essa medida pode realmente ser uma boa ferramenta para o FDA tentar recuperar sua combalida credibilidade, mas ela tem dois probleminhas na minha opinião. Primeiro, ela não ataca a raiz do problema, que é a força que os lobbies dos grandes laboratórios têm na "máquina" do FDA. Segundo, a população beneficiada pelo Medicare não é um bom parâmetro para se avaliar a segurança de uma medicação para a média da população americana, pois trata-se de uma população mais idosa e com mais c0morbidades. Com isso, elas tendem a usar mais medicações, como bem mostrou a reportagem de hoje do NY Times, e nós sabemos que a interações medicamentosas podem trazer efeitos colaterais que não apareceriam se só uma dessas drogas fosse utilizada. Isso é um viés considerável numa medida como essa, proposta pelas autoridades de saúde americana.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

2 clássicos


Pouquíssimas transmissões são capazes de me prender à frente da televisão por mais de 2 horas. Duas delas ocorreram nesse fim de semana: duas partidas de tênis memoráveis, dois clássicos .


No sábado, a semifinal do Master Series de Hamburgo entre Rafael Nadal e Djokovic foi um jogaço. O jogo valia uma vaga na final e a posição de número 2 do mundo. Nadal venceu o primeiro set, com dificuldade. No segundo, Djokovic deu uma aula de tênis, e o espanhol dava sinais de estar sentindo a contusão, com a qual ele vem convivendo nos últimos tempos. Mas, é fácil perceber, uma coisa não falta a Nadal: coração. Ele deu tudo de si no terceiro set e enterrou a esperança de Djokovic de alcançar a vice-liderança no ranking mundial.


No mesmo dia, Roger Federer, número 1 do mundo, vencera o italiano Andreas Seppi, com grande facilidade.


Sentei-me no sofá, no domingo, preparado para assistir a uma rara vitória do suiço sobre Nadal numa quadra de saibro, na final do torneio. Ora, Federer vinha de um jogo tranquilo e o espanhol, de uma batalha de 3 horas. Além disso, o número 1 do mundo está esbanjando saúde, enquanto o número 2 luta contra uma contusão persistente.


Começou o jogo, Federer abriu 5 a 1 no primeiro set. Ele estava passeando em quadra, dominando completamente a partida. Nadal estava liquidado, certo? Errado. Como eu já disse, o espanhol tem coração, garra. Não é que ele virou o jogo e venceu o primeiro set! Aí, eu pensei: "Agora já era. O Nadal vai deitar e rolar no segundo ". Quando o suiço venceu o segundo set, no tie-break, eu já começava a reconhecer que eu sou um péssimo advinho. Decidi, então, esperar para ver o resultado da negra, sem tentar fazer previsões. Aí, o espanhol número 2 do mundo resolveu mostrar porque é o melhor jogador em quadras de saibro da atualidade. Venceu o terceiro set por 6x3 e levou para casa o troféu.


Somando esses 2 jogos que eu relatei acima, foram mais de 6 horas em frente à TV, em 2 dias. Mas valeu cada minuto. Esses jogos, com certeza, entrarão para a história. Já podem ser classificados como clássicos. São comparáveis a Lendl x Mats Wilander, Sampras X Agassi, McEnroe x Bjorn Borg... Quem conhece e aprecia o tênis sabe o que significaram e significam esses duelos.


Agora, vem aí Roland Garros. Não dá pra dizer quem será o campeão (eu também não arriscaria um palpite.Vocês viram como eu sempre erro minhas previsões), mas eu seria capaz de apostar que o título ficará com um dos três: Nadal, Federer ou Djokovic. Eles são, disparados, os melhores da atualidade. Estão a quilômetros de distância dos outros...



sexta-feira, 16 de maio de 2008

Um pouco de poesia não faz mal a ninguém

Hoje eu estava num tédio danado. Cheguei mais cedo do trabalho, por volta das 2 da tarde, então, li um pouco( estou às voltas com "A interpretação dos sonhos", do Freud. É um livro interessantíssimo,mas maçante como o diabo), estudei, escrevi... Fiz várias coisas, mas nada de maneira satisfatória.

Eis que, fuçando na minha estante, topei com um livro que eu li há algum tempo e me provoca ótimas recordações. É o "Geografia íntima do deserto", da Micheliny Verunschk. Peguei o livro e abri. Caiu na página 70. Veja que beleza de poema:



Da rotina

Varrer o dia de ontem

que ainda resta pela sala,

o dia que persiste,

quase invisível

pelo chão,

nos objetos


sobre os móveis da sala.

Varrer amanhã

o pó de hoje.

Varrer,

varrer hoje.

(E domingo quebrar nos dentes

o copo

e sua água de vidro.

Segunda, não esquecer :

varrer todos os vestígios.)

Hillary, se era por falta de adeus...


O anúncio do apoio de John Edwards a Barack Obama era tudo o que Hillary Clinton não queria. Sua campanha tentava ainda fazer alguma marola com a vitória na primária da Virgínia Ocidental, mas essa notícia ofuscou quaquer tentativa nesse sentido.
Hillary agora dá sinais de resignação, de moderação nos ataques, ou seja, enfim, alguma sensatez na campanha da senadora.
Agora, com esse apoio, Obama ficou muito, muito próximo de ser nomeado o candidato do partido Democrata. Mais próximo do que isso só se, junto com Edwards, Al Gore, Jimmy Carter e Nancy Pelosi também endossassem a candidatura do senador por Illinois...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Cuba e a OMS


















A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou em maio, no seu boletim mensal, um artigo intitulado “Cuba’s primary health care revolution: 30 years on”. Revolução é ,sem dúvida, a palavra precisa para descrever o salto de qualidade que a saúde de Cuba deu, desde que Fidel assumiu o poder na ilha. Veja esse quadro, que retrata a probabilidade que tem uma criança de morrer, antes de completar cinco anos de idade, comparando todos os países do continente americano (esse é um dos parâmetros mais sensíveis para avaliarmos a eficácia dos sistemas de saúde).

Em Cuba, o índice é de 7 mortes para cada 1000 nascidos vivos (esse índice era de 53/1000, antes da revolução cubana). Só perde para o Canadá (que também tem um sistema de saúde universal de reconhecida excelência), onde a probabilidade de uma criança nascida viva morrer antes de completar cinco anos de idade é de 6 para cada 1000. Nos EUA, esse índice é de 8 para cada 1000. O Brasil se encontra numa vergonhosa 28ª posição, atrás da Argentina, do Chile, do Uruguai, do México e, até, do Paraguai (o segundo país mais pobre da América do Sul)!


Outro parâmetro importante é a expectativa de vida ao nascer (veja a tabela aqui). Nesse quesito, Cuba se encontra num honroso terceiro lugar nas Américas, atrás apenas de Canadá e Costa Rica. Os homens nascidos nessa ilha caribenha têm uma expectativa de vida média de 75 anos e as mulheres, de 79. Assim, um menino que nasce em Cuba tem expectativa de viver, em média, 7 anos a mais do que um que nasce no Brasil, por exemplo.


Como um país pobre, que vive há mais de 45 anos sob um atroz embargo econômico imposto pelos EUA, pode apresentar números tão significativos na saúde? A resposta é simples: o governo revolucionário priorizou a saúde desde a sua consolidação. Procurou maximizar os resultados investindo em um sistema de saúde público universal (que foi implantado nos anos sessenta. A título de comparação, o SUS brasileiro começou a engatinhar em 1988, a partir da promulgação da nova constituição),em medicina preventiva, em programas de saúde da família e unidades de atendimento primário bem equipados e estrategicamente localizados.


Desse modo, Cuba atingiu a meta de "saúde para todos" da Declaração de Alma-Ata, antes mesmo dela existir. Enquanto isso no Brasil... Bom, o Brasil foi tema do boletim de abril da OMS. O título resume bem o tom do artigo: "Flawed but fair: Brazil health system reaches out to the poor" Mas, vou ficando por aqui. Voltarei a esse assunto em outro post.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A estratégia fracassada de Hillary

A essa altura do campeonato, poucos duvidam que Barack Obama será o candidato indicado pelos Democratas para concorrer à presidência dos EUA, nas eleições de novembro. Se alguém dissesse isso há alguns meses seria chamado de lunático.

A derrota de uma candidatura cuja vitória era dada como certa ocorre, sem dúvida, em função de inúmeros erros de sua campanha e diversos acertos da de seu oponente.

Eu poderia tentar fazer um balanço completo dessas primárias Democratas, mas não conseguiria fazer um melhor do que o doIdelber. Portanto, gostaria de me ater a somente um ponto, que eu acho crucial: a relação do eleitor negro com os Clinton.

Bill Clinton, na sua juventude, desempenhou um importante papel durante o movimento dos direitos civis no estado sulista do Arkansas. Como gratidão, recebeu importante apoio dos negros durante a campanha por seu impeachment, em 1992. E foi celebrado por Toni Morrison como o “primeiro presidente negro” dos EUA.

Com esse capital político, além do apoio dos trabalhadores brancos e hispânicos e da cúpula do partido Democrata, restava a Hillary ter o trabalho de correr para o abraço. Mas, como sabemos, não foi isso que aconteceu.

Quando o jovem senador negro, Barack Obama, no início apenas uma promessa, começou a encantar as multidões, incluindo brancos e negros (principalmente os mais jovens), e venceu a primária de Iowa, o sinal amarelo foi aceso na campanha de Hillary. Como parar esse jovem negro e carismático que acabara de mostrar que não estava para brincadeira? Decidiram, aí está o grande erro ao meu ver, movimentar-se para dar a entender que Obama é o candidato dos negro, enquanto ela seria a dos brancos e hispânicos. Com isso, mais o magnetismo natural de Obama, ela empurrou o eleitorado negro para os braços do senador (na última primária, na Carolina do Norte, ela teve apenas 7% dos votos dos negros). Esse inconveniente poderia ter sido compensado se ela tivesse apoio maciço do seu público-alvo, os brancos e latinos.

Porém, a Obamania e o extraordinário alcance do discurso pós-racial do senador fizeram com que essa estratégia de Hillary desse com os burros n’água. Ele conseguiu sensibilizar e atrair o voto de parcela significativa desses eleitores, brancos e latinos (principalmente os mais jovens, mais escolarizados e de maior renda), que os Clinton julgavam que estariam certamente com eles. Com Obama abrindo vantagem no número de delegados, e as primárias chegando ao fim, o que resta a Hillary?

Sabendo que os 6 Estados que faltam realizar as primárias Democrata são Estados de baixa densidade de população negra (desses, Kentucky é o que tem a maior população negra: somente 7,5%) e que não há superdelegados negros não-comprometidos, Hillary não teve alternativa a não ser radicalizar essa estratégia. Chegou a declarar recentemente, após as últimas primárias: “ veja como o apoio ao senador Obama entre trabalhadores, americanos que trabalham duro, americanos brancos, está enfraquecendo novamente, e como brancos em ambos Estados ( Carolina do Norte e Indiana) que não completaram o ensino médio me apoiaram”. É sem dúvida uma tentativa desesperada, mas que provavelmente não surtirá efeito, já que a fatura está praticamente liquidada. Isso servirá apenas para macular a carreira política dos Clinton, se já não estiver maculada o bastante...





PS: Muitas das idéias,dados e conclusões apresentados nesse post são baseados em textos que podem ser lidos na íntegra aqui, aqui, aqui e aqui.

domingo, 11 de maio de 2008

Frase da semana

" A Veja já não pratica mais mau jornalismo. Isso quem faz é a Isto é , por exemplo. O que a Veja faz é crime. A Veja é lixo".

Do jornalista Luis Nassif, em debate realizado em Belo Horizonte, na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, no último dia 06.



*** A pergunta idiota do José Agripino Maia e a resposta contundente da Dilma Rousseff, no depoimento da ministra na Comissão de Serviços de Infra-Estrutura do Congresso nacional, na última quarta-feira, não poderiam participar do concurso de frase da semana, por serem consideradas hour concour por esse blogueiro.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

E o candidato Democrata indicado para concorrer à presidência dos EUA é...

Se depender da opinião da grande maioria dos comentaristas políticos americanos, o candidato democrata é...Barack Obama.

Veja a contundência com que o experiente analista político Tim Russert da NBC diz isso, após as prévias de Indiana e Carolina do Norte no último dia 6 ( esse vídeo já foi visto mais de 715 mil vezes no youtube, até o momento em que eu escrevo esse post). Ele diz com todas as letras " agora nós sabemos quem será o candidato Democrata" e é isso que a maioria dos analistas têm dito nos últimos 2 dias.

Resta a Clinton apelar para que sejam validadas as prévias de Michigan e Flórida e para convencer os superdelegados de que ela é a candidata com maiores chances de vencer o republicano John McCain. Mas isso será muito difícil. Não parece crível que a cúpula Democrata e os superdelegados dêem um tiro desse calibre no pé contrariando a vontade popular. De mais a mais, até os apoiadores da senadora já demonstram dúvidas quanto a viabilidade de sua candidatura.

A candidatura Clinton afundou. Falta ela reconhecer isso e encerrar essa disputa que , devido ao grau de belicosidade, só está beneficiando o candidato republicano.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Lista dos 100 melhores filmes de todos os tempos da Times

De tempos em tempos, uma revista, um jornal ou um site lança sua lista dos melhores filmes de todos os tempos. E isso sempre gera alguma polêmica.

Agora foi a vez da revista inglesa Times lançar a sua lista. E vejam só: Cidadão Kane ficou de fora. Não está nem entre os 100. E quer saber de uma coisa? Eu já estava cansado de toda lista vir com esse filme no topo.

Embora a revista tenha tido a coragem e o mérito de fugir da mesmice deixando a grande unanimidade de fora, ela trouxe algumas surpresas: umas agradáveis, outras nem tanto. Além de ser uma lista em que predominou desproporcionalmente os filmes de língua inglesa.

Poderíamos discutir filme por filme e não se chegaria a um consenso. Por um simples motivo: gosto é gosto. Eu não deixaria de fora o Sétimo Selo, Fellini 8 ½, Paris, Texas, O Leopardo ou Era uma vez no oeste (foi nesse filme que eu me apaixonei pela Claudia Cardinale!), por exemplo. E não incluiria E.T, Sangue Negro ou Toy Story na minha lista. Gostei de Encontro e desencontro e A primeira noite de um homem terem entrado...

Agora, a lista dos três primeiros é sacanagem:











1º - Casablanca(1942) , que é evidentemente um bom filme que conta com o charme do Humphrey Bogart, a beleza estonteante e o talento da Ingrid Bergman e a linda música-tema As time goes by ( Play it again, Sam). Mas daí a considerá-lo o melhor de todos os tempos vai uma grande distância .Ele não é talvez nem o melhor dos anos 40...












2°- Sangue Negro(2007), é o filme mais recente
a figurar na lista, mas não é nem o melhor de 2007 na minha opinião.











3º - E.T (1982), talvez esse filme tenha seus encantos, mas eu não vejo tanta graça nele. Não a ponto de considerá-lo o terceiro melhor de todos os tempos!

O meu filme favorito é esse:










O poderoso chefão (1972), que ficou em décimo lugar. Copolla está no melhor de sua forma e as atuações de Marlon Brando e Al Pacino nesse filme são inesquecíveis.


Bom, o resto da lista está aqui. Tire sua próprias conclusões.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sem comentários...


# Essa charge foi tirada do Jornal dos Sports de hoje.

Ele é mesmo melhor do que o Eto'o!


Obina, o iluminado!
Esse cara merece ser mais valorizado. Ele sempre aparece nos momentos decisivos no lugar certo e na hora certa. Tem cheiro de gol.
Não é qualquer um que faz 3 gols numa decisão contra um dos maiores rivais ( 1 no primeiro jogo e 2 no segundo).
Ele já está merecendo o epíteto que foi do grande Nunes: "o artilheiro das decisões"
Viva Obina! Viva Flamengo, bi-campeão carioca! Rumo a Tóquio...