Nadal - Imagine só: o cara tem 22 anos, é tetracampeão de forma consecutiva de Roland Garros, nunca (você leu certo: nunca!) perdeu um jogo sequer neste torneio e está há 2 anos sem perder um único set no grand slam francês. Além disso, ele é o atual número um do mundo, ganhou o único grand slam disputado neste ano e tem feito uma temporada quase perfeita. Quer dizer, esse cara é o cara.
Nadal era o grande favorito, disparado, para vencer o Roland Garros deste ano. Mas , nas oitavas-de-final, ele encontrou o seu único desafeto do circuito, o sueco Soderling, cabeça-de-chave número 23 do torneio (tenho certeza de que Soderling era o último cara para quem Nadal gostaria de perder, ainda mais em Roland Garros). E o sueco jogou muito tênis. Ele sabia que, se quisesse vencer Nadal, não poderia perder oportunidades, não poderia dar brechas para o espanhol. Soderling jogou muito agressivamente, soube aproveitar muito bem a potência da sua direita e não deixou o número 1 do mundo ditar o ritmo da partida. Deu certo, ele venceu por 3 sets a 1.
Soderling fez história ontem. Além de conseguir o feito inédito de bater Nadal em Roland Garros, ele impediu que o espanhol batesse o recorde de títulos consecutivos no aberto da França do seu compatriota Bjorn Borg. Nadal e "Ice" Borg têm 4 títulos consecutivos em Roland Garros. Agora o espanhol correrá atrás do sueco no total de títulos na França. Borg tem 6.
O próximo adversário da maior zebra do torneio será o russo Nikolay Davydenko. Só falta ele perder.
Federer - Djokovic, o cara que, depois de Nadal, melhor vinha jogando no saibro neste ano, foi derrotado por um zé mané. Nadal também perdeu. As portas começaram a se abrir para Roger Federer. Mas ele quase trocou os pés pelas mãos hoje.
Pelas oitavas-de-final, ele enfrentou o decadente Tommy Haas. O alemão começou muito bem na partida, encurralando o suiço. E Federer jogou os 2 primeiros sets daquela maneira bem blasé dele, aceitando o domínio do alemão. Parecia que Federer, logo agora que o universo conspirava a seu favor (peço perdão pela paulocoelhada), seria derrotado de maneira categórica. Mas Haas vacilou, hesitou, pipocou no terceiro set. Federer venceu este set por 6X4. Aí, o velho Federer voltou à quadra e venceu os dois sets seguintes sem dar chances a Haas: 6X0 e 6X2.
O atual número 2 do mundo enfrentará, pelas quartas-de-final, o vencedor do jogo entre Roddick e Monfils. Ambos velhos fregueses do suiço. No entanto, é bom Federer colocar as barbas de molho. O suíço teve apoio maciço da torcida hoje, mas num eventual jogo contra francês Monfils ele não terá esse trunfo.
Tênis feminino - O tênis feminino nunca foi tão interessante. Em todos os torneios várias tenistas brigam efetivamente pelo título, o que é, digamos, uma novidade. O tênis feminino sempre se caracterizou por longas hegemonias: era Navratilova ou Graf, Graf ou Selles, Hingis ou Davenport, Serena ou Venus... Tinha, é certo, uma Gabriela Sabatini aqui ou uma Arantxa Sanchez acolá para desafinar o coro. Mas hoje, com o caminhão de grandes jogadoras russas que surgiram nos últimos 5 anos, isso mudou radicalmente. Felizmente.
Nesta edição de Roland Garros, pelo que estão jogando, tudo leva a crer que teremos uma decisão entre a número 1 e a número 2 do ranking mundial: Dinara Safina e Serena Williams. São as minhas 2 tenistas favoritas do circuito e vou torcer muito para que ocorra essa final.
2 comentários:
Oi Bruno! Passei só para deixar um beijo e dizer que aprecio cada vez mais seus posts sobre tênis. Não vi o jogo do Nadal, mas confesso não ter ficado nada chateada: I'm a Federer girl, desde sempre, embora esse "jeito disciplicente" que você bem mencionou me irrite deveras. Espero que você arranje tempo para continuar postando sobre Roland Garros! Sou leitora fiel. :-)
Que bom que você está gostando, Camila! Você não sabe o quanto isso me deixa feliz. Aliás, Camila, toda vez que eu desanimo um pouco com o blog, você faz um comentário fofo desses (ou me coloca nos seus "Shared Items") e levanta minha moral. Valeu mesmo!
Agora, vou te confessar uma coisa, eu também torci contra Nadal no jogo contra o encardido do Soderling. Pô, eu quero muito que o Federer vença Roland Garros! E, venhamos e convenhamos, dificilmente ele bateria Nadal numa eventual final. Ainda mais que Federer venceu o espanhol na final do Master 1000 de Madrid, último torneio em quadra de saibro em que eles se enfrentaram, no mês passado. Nadal não perderia duas vezes seguidas para o mesmo cara no saibro, nem se esse cara fosse o Federer...
Mas eu prometi pra mim mesmo que, para compensar minha heresia, vou torcer para Nadal no US Open, único grand slam que ele ainda não conquistou.
Beijão
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