segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Tâmo de volta

Pessoal, estou de volta, após um período conturbado no trabalho e cheio de viagens, retomando o ritmo normal do blog.

Como eu disse, estive viajando muito nesses últimos dias. Nesse fim de semana estava em São Paulo em um congresso. No avião, na volta para BH, lendo a revista Piauí desse mês, comecei a rir sozinho, para o espanto da minha vizinha de assento.

Não teve como segurar o riso ao ler esse trecho da bela matéria da Daniela Pinheiro - não, não é minha parente - sobre o início da campanha de ACM Neto para a prefeitura de Salvador: " Cerca de 100 mil pessoas se espremiam pelas vielas íngremes ao longo do trajeto e o candidato fazia o de praxe: posava para fotos, abraçava baianas vestidas a caráter, carregava criancinhas e apertava a mão de quem a oferecesse. Um travesti, de minivestido preto e verde, maquiagem pesada que não disfarçava os fios de barba, deu-lhe um beijo estalado na bochecha. "Ei, Neto! Te adoroooo! Você não trouxe o Lula para mim não, é?", perguntou. " Chamei, mas ele não pôde vir", respondeu o candidato com um sorriso desconcertado. Sua equipe de filmagem registrou tudo".

Essa cena deve ter sido impagável!

Essa reportagem mostra também alguns pontos interessantes dos bastidores da campanha, como a luta de ACM Neto para se descolar, pero no mucho, da imagem do avô , de modo que atenue a rejeição ao seu DNA, sem parecer ingrato ao patriarca, que é ainda reverenciado por boa parcela da população da capital, e que, sem dúvida, foi fundamental para sua ascensão política meteórica.

E o slogan da campanha dele: "É possível fazer diferente". É a piada do ano. Ele já está sendo chamado, ironicamente, de Obaminha! É mole?

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Eu adoro São Paulo. Andar ali pela avenida Paulista, parar na livraria cultura do conjunto nacional, olhar, olhar, pegar um monte de livros, fazer as contas e ver que não vai dar pra levar nem a metade; depois, ir aos cinemas do circuito Paulista-Augusta. Comer por ali mesmo, no restaurante ou bar que estiver mais próximo na hora que bater a fome... Esse é meu programa favorito na capital paulista.

Mas dessa vez me bateu uma certa nostalgia. A livraria, que era tão romântica, com suas prateleiras apertadinhas, caprichosamente desorganizadas, virou uma Megastore, meio desumanizada. Um shopping center do livro. Os cinemas viraram Multiplex, chiquérrimos mas sem alma, embora ainda passem os melhores filmes em cartaz em São Paulo.

Sei não, acho que estou ficando velho...

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