quarta-feira, 8 de julho de 2009

Critérios de relevância do Estado de Minas

Lula recebeu ontem o prêmio Félix Houphouët-Boigny concedido pela UNESCO. O presidente brasileiro foi premiado “por suas ações em busca da paz, do diálogo, da democracia, da justiça social e da igualdade de direitos, assim como por sua valiosa contribuição para a erradicação da pobreza e a proteção dos direitos das minorias”. Para vocês terem ideia da importância desse prêmio, um terço dos agraciados com tal distinção ganhou posteriormente o Prêmio Nobel da Paz. Mas isso parece não comoveu os grandes jornais brasileiros, que ou ignoraram solenemente o fato ou noticiaram com indisfarçável má-vontade.

Mais feia ainda foi a posição tomada pelo jornal Estado de Minas, também conhecido como assessoria de imprensa de Aécio Neves. O jornalão mineiro não só não escreveu uma linha sequer sobre esta premiação, como colocou na primeira página uma foto do presidente Lula tropeçando ao sair de um encontro com o presidente francês Nicolas Sarkozy. Quais serão os critérios de relevância utilizados pelo jornal, hein?

*Foto que a imprensa oficial do estado, ops, quer dizer, o jornal Estado de Minas publicou na sua primeira página.


*Foto de Lula recebendo o prêmio Félix Houphouët-Boigny. Essa o jornal mineiro achou irrelevante.

5 comentários:

Hugo Albuquerque disse...

Bruno,

A imprensa brasileira passou de todos os limites. Não à toa a expansão da Internet nos lares brasileiros - e também em todas as partes via lan houses - causou esse imapacto violento. Veja bem, o impacto da hecatombe internética - e blogosférica - sobre a mídia tradicional pode até acontecer pelo mundo, mas em nenhum lugar o impacto sofrido pela mídia corporativa foi tão grande quanto no Brasil.

Mais do que a comodidade e a pluralidade que a Internet oferece, há muito pouco o que buscar nos jornalões, se hoje eles são um lugar muito mais para a reflexão do que aconteceu e já foi noticiado na Rede, falta, no Brasil, tanto honestidade quanto capacidade intelectual dos redatores que escrevinham as teses prontas que vêm das diretorias - consicientes do que fazem e profundamente engajadas politica-partidáriamente.

Aqui em São Paulo, a Folha, que por motivos meramente mercadológicos se tornou um jornal plural nos anos 80, despirocou de vez nos últimos anos graças a mediocridade do seu atual mandatário e seu serrismo incontrolável, chegando ao ponto culminante do episódio da ditabranda. Hoje, ela consegue ser pior que o Estadão, aquele calhamaço conservadoresco pertencente a uma família que, pública, notória e ativamente trabalhou em favor do Golpe de 64.

É lamentável.

Bruno disse...

Ótimo comentário, Hugo. É isso aí, concordo totalmente com o que você escreveu.

Eu costumo dizer que a internet - especialmente os blogs - deram uma demonstração de força muito grande em 2006. De lá para cá, a blogosfera brasileira amadureceu muito e, além disso, surgiu o twitter, esse elemento que tem revolucinado as relações via internet. Eu acho que o poder de influenciar, de formar opinião da internet brasileira aumentou muito desde a 2006. Nas próximas eleições, não tenha dúvida, os blogs e o twitter serão protagonistas e não meros coadjuvantes.

Hugo Albuquerque disse...

Bruno,

O Idelber cita esse fenômeno na última eleição americana e nos anos anteriores; se até os primeiros anos do governo Bush era possível esquentar factóides em tamanho gigante coordenando aquele tripé indústria armamentista-indústria petroquímica-indústria midiática, nos últimos anos com o avanço da blogosfera isso ficou mais difícil; hoje, as pessoas tem um lugar tanto para divulgar notícias sem precisar de intermediários quanto para debater e refletir sobre a informação vinda da grande mídia.

No Brasil do ano que vem, não sei se o Twitter e a Blogosfera já terão todo esse protagonismo, mas de uma coisa eu estou certo: A Mídia corporativa vai escrever com aquela famosa "pressão na nuca" porque sabe que se não amarrar bem as pontas das suas teses, o tiro sairá pela culatra.

abraços

Bruno disse...

Exato, Hugo.

É justamente nessa "pressão na nuca" da mídia corporativa que reside a importância dos blogs e do twitter. Essa importância só fez crescer de 2006 para cá. Existem inúmeros exemplos que demonstram a enorme influência que vem adquirindo a blogosfera brasileira: o blog da petrobrás a desmascarar as manipulações; a pressão que blogosfera exerceu sobre a FSP no episódio da "ditabranda",obrigando-a a repensar a sua posição; o caso da ficha falsa da Dilma...

E outra, é notório que as eleições exercem o papel de catalisador no crescimento e amadurecimento das novas mídias (vide as eleições de 2006 no Brasil e a de Obama nos EUA).

Por isso eu acho que os blogs e o twitter desempenharão um papel que pode até não ser o de protagonista, mas que,sem dúvida, será bastante relevante em 2010.

Um abraço

Anônimo disse...

Thanks :)
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