quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Pitacos (2)

Enfim consegui assistir "Brasileirinho", um documentário sobre o chorinho dirigido pelo finlandês Mika Kaurismaki. Esse filme só está passando em uma sala de cinema aqui em BH e somente na parte da tarde. Tive que me virar para sair mais cedo do trabalho. Valeu a pena!

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Nesse filme, o grande protagonista é a música. O mínimo que você pode esperar ao vê-lo é uma hora e meia de boa música, tocada por feras como Zé da Velha , Guinga, Teresa Cristina e outros.

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O documentário não tenta "esgotar" o assunto chorinho. A narração dá apenas umas "pinceladas" na história desse gênero musical , que teve início na década de 1870, surgido no seio da classe média carioca, deixando o resto por conta do bate-papo entre os músicos. Esses tentam nos explicar , por exemplo, a diferença da improvisação do chorinho e do jazz, as diferentes batidas do pandeiro... Não conseguem. Aí eles pegam seus instrumentos e simplemente tocam. Aí nós entendemos, ou melhor, sentimos o que eles queriam dizer.Talvez seja por isso que dizem que a música é uma linguagem universal.

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Uma coisa que ficou bastante clara é que o chorinho é uma música para ser tocada e escutada em qualquer lugar. Eles tocam num suntuoso teatro, num barco, numa fazenda, mas , não há dúvida, eles se sentem realmente à vontade tocando no boteco, tomando uma cerveja com os amigos.

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Não se enganem , o chorinho não está morrendo. Está se renovando, absorvendo novas influências , principalmente de suas irmãs mais novas: o samba e o jazz. Tudo graças aos abnegados músicos, que são verdadeiros militantes da música. Fazem-na por amor, ou melhor, por paixão.

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Saí do cinema em estado de êxtase! Fui tomar um café num boteco ao lado e estava tocando uma música, que não sei se era da Ivete Sangalo ou do Babado novo. Aí voltei à realidade, a contragosto... Lembrei que vivemos no mundo do jabá, da panelinha, que não tem lugar para a paixão, para a abnegação.

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Eu, que sou fã de rock'n'roll e jazz, passei a sentir a vontade e a necessidade de conhecer melhor a música brasileira. E é isso que eu vou fazer...

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Mudando de assunto: e o Nadal , hein? Acabou perdendo para o compatriota Ferrer, nas quartas-de-final do Us open. Bom , agora eu aposto numa final entre Federer e Djokovic. Se ocorrer, esse jogo será um jogaço!

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É hoje a reunião do Copom. Estou escrevendo antes de saber o resultado e aposto que será anunciada uma redução de 0,25% na taxa de juros . Não , não sou adivinho e nem sabichão. É que esse Banco Central é previsível pra chuchu!

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