domingo, 29 de novembro de 2009

Abaixo do fundo do poço

Quem esteve no planeta terra nos últimos dias sabe do artigo escrito por César Benjamin, e publicado pela Folha de S. Paulo, em que ele afirma que Lula lhe disse que tentara subjugar um rapaz durante o período em que foi mantido na prisão pela ditadura militar.

Pode-se esperar que um ressentido, com conhecido histórico de problemas de ordem psicológica escreva um artigo nojento desses. Mas o que leva um jornal a publicá-lo? Não só isso, a Folha parece que preparou o terreno para a “notícia” bombástica. Sem mais nem menos, dedicou litros de tinta para falar de “Lula, o filho do Brasil”, sem que nada de novo tenha ocorrido: a apresentação do filme no festival de Cinema de Brasília já tinha sido há mais de uma semana, não houve ainda estreia oficial nos cinemas...E foi com a desculpa de fazer uma crítica ao filme que Cesinha escreveu o texto infame. A Folha não é inocente, ela tem consciência da repercussão que uma “revelação” dessas teria, mas mesmo assim ela resolveu publicar o artigo contendo essa acusação gravíssima contra o presidente da República, sem ao menos procurar Paulo de Tarso, o publicitário que César Benjamin apontou como testemunha da conversa. Mais um exemplo típico de “jornalismo cafajeste” praticado pela Folha de S. Paulo nos últimos anos. Então cabe perguntar: a quem interessa o jogo jogado nesse nível? Hum, deixa eu pensar... Parece que tem um governador, pré-candidato a presidente, muito admirado pelos Frias, que não andou tendo boas notícias nos últimos dias... E é triste que, mais uma vez, segmentos da esquerda façam o trabalho sujo para a direita.

Resumindo: a Folha pegou um artigo nojento escrito por um perdedor desequilibrado, afirmando que, há 15 anos, o presidente da república confessou ter tentado praticar um crime em 1980. Pouco verossímil, para dizer o mínimo. Por que então Cesinha, tão zeloso, não contou essa história antes? Por que não a revelou, por exemplo, em 2006, quando formou a chapa moralista com Heloísa Helena? Por que, até a publicação do artigo, ninguém ficara sabendo dessa história tão cabeluda envolvendo uma pessoa que está em evidência no Brasil há mais de 30 anos?

Paulo de Tarso negou que tivesse havido tal conversa; o cineasta Sílvio Tendler, também presente à reunião, disse que Lula fizera uma brincadeira, “como outras 300”, que qualquer um entenderia como tal, menos o Cesinha, que a transformou num drama; José Maria, ex-candidato e presidente pelo PSTU e companheiro de cela de Lula, disse que César Benjamin “viajou na maionese”, que essa história simplesmente não aconteceu e não poderia ter acontecido; Romeu Tuma, comandante do DOPS à época, e o delegado Panichi, responsável por vigiar Lula na prisão, disseram o mesmo, assim como as outras pessoas que dividiram a cela com Lula; até o tal “menino do MEP” disse que isso é uma mar de lama e “quem escreveu essa história, que a comprove”... Ou seja, ninguém corroborou com a história do Cesinha. Isso dá margem para muita especulação: desequilíbrio mental do autor, dinheiro na jogada... Sei lá, só sei que isso não está cheirando bem e que o jogo jogado nesse nível interessa a uma pessoa, e vocês sabem quem.

PS: O interessante é que até agora ninguém da oposição bateu tambor para essa “notícia”. Por que será?

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