sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Gomorra

Gomorra é o nome do filme do diretor Matteo Garrone que retrata as atividades da famosa máfia italiana Camorra, baseado no livro homônimo escrito por Roberto Saviano. O filme foi aclamadíssimo pela crítica, principalmente do festival de Cannes, onde foi muito bem-sucedido, ganhando o Grande Prêmio do Júri.

Para conseguir traçar um panorama completo das atividades da máfia, o diretor e os roteiristas optaram por contar cinco historietas, tendo como personagens principais de cada uma delas: um alfaiate de alta costura, um senhor responsável pelo pagamento às famílias com membros ligados à máfia, um jovem assessor de um mafioso que negocia depósitos de lixo tóxico, um garoto ansioso por ser aceito na organização criminosa e dois adolescentes cabeças-de-vento que acham que podem ser os donos do pedaço, não respeitando os chefões. As histórias não tem ligação entre si, e aí reside o grande problema do filme, na minha opinião. O enredo não é "redondo", são cinco histórias completamente independentes que poderiam ter sido mais bem desenvolvidas e trabalhadas. No entanto, saí do cinema com a sensação de que vi um bom filme, apesar de achar que ele poderia ter sido muito melhor, pois ele é formalmente muito interessante.

A máfia é retratada como ela realmente é, sem romantismo, sem condescendência. O diretor parece estar sempre dizendo: "Cara, Don Corleone é coisa do passado.Veja, aqui está a máfia nua e crua". Para isso, a câmera típica de documentários e o uso constante da luz natural têm um papel muito importante. A impressão que se tem, em vários momentos, é que você está assistindo a algo real, e isso potencializa nosso desconforto diante da violência que assistimos refestelados na nossa poltrona.

Resumindo: com seus erros e acertos, o filme merece ser visto.

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