sexta-feira, 4 de abril de 2008

Woody Allen, literatura e preconceito

Sempre fui um fã do cineasta Woddy Allen. Quando me pedem uma lista dos 1o maiores filmes de todos os tempos, eu sempre incluo " Annie Hall" ou "Zelig". Pois bem.

Sempre que eu ia pegar um livro na minha estante, eu me deparava com 2 livros de contos dele. Eu tinha vontade de lê-los, mas nunca o fazia , pois pensava: " Pior que um escritor bancando o cineasta, é um cineasta bancando o escritor". Era puro preconceito.

Depois eu decobri, que antes dele ser um cultuado diretor, ele era um colaborador assíduo de uma das mais prestigiosas revistas do mundo, a " New Yorker", desde os anos 60. Então resolvi ler os livros.

E que surpresa agradável. Ele é um escritor interessantíssimo. Enxerga-se nos seus contos aqueles mesmos personagens neuróticos dos seus filmes. É ler e dar muita risada.

A sua ironia, velha conhecida dos cinéfilos, está presente em doses cavalares nos seus livros. Como por exemplo nesse trecho: " Minha mulher era rigorosamente infantil. Um dia eu estava tomando banho na banheira e ela afundou todos os meus barquinhos sem o menor motivo"; e nesse:" É impossível encarar a própria morte objetivamente e assoviar ao mesmo tempo"; e nesse também: " O rito de iniciação na Máfia é bastante complicado. O membro a ser admitido é levado a um quarto escuro com os olhos vendados. Fatias de melão são colocadas em seus bolsos e ele é obrigado a pular pelo quarto num pé só, gritando " Ula-lá! Ula-lá!". Em seguida , todos os membros da comissione fazem bilubilu no seu lábio inferior- alguns até duas vezes. O suplício seguinte é derramar aveia na cabeça do iniciante. Se ele protestar, será executado. Mas, se disser, "Que bom! Adoro aveia!", será recebido como um irmão. Então todos o beijarão na face e apertarão sua mão. A partir daí, terá de obedecer as seguintes obrigações: não comer jiló, não cacarejar e não matar ninguém chamado Vito."

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Por falar em Woody Allen, faz tempo que não vou ao cinema. Deve fazer umas 2 semanas. Para quem vai normalmente 2 vezes por semana, isso é um tempão.

Nesse fim de semana eu vou ver pelo menos o " The Rolling Stones- Shine a light" . Não tem como dar errado : Scorcese + Rolling Stones...

1 comentários:

Ana Leticia disse...

Adoro Woody Allen! Já vi Zelig, e é sensacional! Match Point é meio fora do estilo dele, mas é muito bom tb. Semana passada assisti no Telecine Cult "Simplesmente Alice". Gostei. Sempre gosto de Allen. Nunca li seus contos, bela dica. Rachei de rir da iniciação à máfia... hehehe
Bjo
Ana
www.mineirasuai.blogspot.com