A primeira dica é o artigo do Contardo Calligaris publicado hoje na Folha De S. Paulo. Ele se chama " A turba do "pega e lincha"". Nele o psicanalista analisa o comportamento da multidão enlouquecida que faz figuração a cada flash ao vivo das TVs que cobrem o caso da menina Isabella Nardoni.
A certa altura ele diz : "Eles realizam uma cena da qual eles supõem que seja o que nós, em casa, estamos querendo ver. Parecem se sentir investidos na função de carpideiras oficiais: quando a gente olha, eles devem dar evasão às emoções (raiva, desespero, ódio) que nós, mais comedidos, nas salas e nos botecos do país, reprimiríamos comportadamente". Depois acrescenta: "Eles realizam uma cena da qual eles supõem que seja o que nós, em casa, estamos querendo ver. Parecem se sentir investidos na função de carpideiras oficiais: quando a gente olha, eles devem dar evasão às emoções (raiva, desespero, ódio) que nós, mais comedidos, nas salas e nos botecos do país, reprimiríamos comportadamente". E conclui fulminantemente: "A turba do "pega e lincha" representa, sim, alguma coisa que está em todos nós, mas que não é um anseio de justiça. A própria necessidade enlouquecida de se diferenciar dos assassinos presumidos aponta essa turma como representante legítima da brutalidade com a qual, apesar de estatutos e leis, as crianças podem ser e continuam sendo vítimas dos adultos".
Não preciso nem acrescentar, que nesse caso, a mídia alimenta a turba e a recíproca é verdadeira.
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A segunda dica é outro artigo de hoje do mesmo jornal. Trata-se da coluna do bom e velho Janio de Freitas. Nela ele fala sobre os perigos, para nossa democracia incipiente , de uma crise militar que a turba do PSDB-DEM vêm tentando criar a partir das declarações do general Augusto Heleno Pereira acerca da demarcação da reserva indígena Raposa/ Serra do Sol.
Ele diz que isso é " um ato irresponsável de desespero pelo aturdimento, decorrente da própria incapacidade de encontrar políticas inteligentes de oposição e, como conseqüência, perspectivas promissoras para os seus partidos".
O artigo lembra também que a corrente das Forças Armadas que investe contra a política indigenista do governo é a mesma da linha-dura do Regime militar, que agora volta aos poucos à atividade política.
Soma-se à irresponsabilidade tucano-pefelê a hipocrisia, já que essa demarcação foi feita no governo FHC. Haja estômago!
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A terceira é a bela entrevista com o mestre Mino Carta publicada na Revista do Brasil . Como era de se esperar não faltou polêmicas e caneladas. Grande Mino!
quinta-feira, 24 de abril de 2008
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